
José Flávio Bertero
Professor Dr aposentado do Departamento de Ciências Sociais da UEL Londrina/Pr e do Departamento de Sociologia da FCL/Unesp/Araraquara
assignment - APRESENTAÇÃO
O presente site contém textos diversos redigidos em diferentes momentos. Em que pese a diversidade de tais textos, há entre eles algo que os une, a preocupação em refletir sobre a sociedade capitalista contemporânea, sob um determinado ponto de vista teórico, o marxista clássico. Com exceção dos textos a respeito de Durkheim e Weber, os demais textos têm em comum essa temática, mesmo os relativos a Marx, a saber: Gênese da Sociabilidade Capitalista, que tem por base a iséria da Filosofia (1847); A Atualidade de o Manifesto Comunista (1848); e Reflexão Teórico-metológica centrada em O Capital. É igualmente portadora dessa temática Para uma Introdução à Sociologia, na qual se pretende construir, sociologicamente,caracterizar e por em funcionamento a aludida sociedade, desde a sua formação até a contempora neidade.
Os textos referentes a Bell, D. (1974). Offe, C. (1989), Gorz, A. (1982, 2003, 2004, e 2005), Habermas (1983, 1987, 1988) acerca do advento de uma nova sociedade, pós-idustrial, segundo Bell e Offe, pós-moderna ou do conhecimento ou capitalismo cognitivo, conforme Gorz, e da ação comunicativa, de Habermas, aos quais me contraponho mostrando contra eles que a sociedade permanece industrial e capitalista; alíás, que ela nunca foi tão industrializada quanto o é nos dias atuais, em que a indústria generalizou-se por toda a sociedade, estendendo-se aos serviços e ao campo, que já não é mais campo no sentido tradicional mas extensão urbano -industrial.
Guardadas as diferenças, o mesmo se dá em relação à Giannotti, J.A.( em vários escritos, desde 1984) e Fausto, R. (1989), ávidos por decretarem o fim do capitalismo e das categorias que lhes são próprias, como trabalho assalariado, valor, mais valia, proletariado etc, de tal sorte que a crítica anterior também lhes cabe. Ressalte-se uma agravante em todos eles, qual seja: a destruição da materialidade da vida social, decorrente da decretação do fim do trabalho como sua categoria fundante, o que os conduz, cada qual a seu modo, ao idealismo.
Posição singular é de Martins, J. de S. (2000), ao defender uma sociologia do senso comum e do cotidiano, respaldado em Maffesoli, M. (1998) e Lefrebvre, H. (1958), com a particularidade de que Martins almeja uma conciliação, a meu ver improvável,entre fenomelogia e dialética, segundo ele já sugerida por Lefrébvre. Os meus textos que tratam disso são, respectivamente, Fenomelogia e Dialética e Elogio da Razão Sensível. O primeiro deles reporta-se a Martins e o segundo, a Maffesoli. Já Formalismo e Dialética é diferente. Neste caso referência é o Poder Simbólico de Bourdieu, P. (1989), no qual critica ao conceito de classe social de Marx, por não distinguir “classe teórica” e “classe real”; bem como o conceito de luta de classes, por não considerar o seu caráter simbólico. Argumentos esses que, no meu entender, tem a a ver com a separação entre “objeto real” e “objeto do conhecimento”, defendida por ele, Bourdieu, e altamente discutível, sobretudo quando a interlocução é travada diretamente com Marx, reconhecidamente um expoente da dialética materialista; tem a ver, ademais, com a sua concepção do social, visto por ele como um espaçoconstituído por vários campos, designados de “capital econômico”, “capital cultural”, “capital social”, e “simbólico”, campo este que é o local privilegiado do poder, que separa as pessoas em posições dominantes e posições dominadas, as quais lutam entre si para imporem as suas visões de mundo ou a visão de mundo de suas posições. Nega, assim a universalidade do social e a sua materialidade.
Classes Sociais e Capitalismo trata da composição de classes na sociedade capitalista contemporânea. Há, neste texto, uma revisão da literatura sobre esse assunto, mas que avança, tanto quanto possível, com vistas a esclarecer a atual composição de classes no capitalismo. Nesse intento se inclui o texto denominado “Os novos proletários do mundo”, no qual há uma interlocução com Antunes, R. (1999).
O conjunto de textos concernentes ao meio rural, de certa maneira, dizem respeito a isso, na medida em que tratam do desenvolvimento capitalista no campo no Brasil. Há nesse exame um diálogo crítico com concepções várias, como pequena produção, produção familiar, agricultura familiar, diferenciaão camponesa, economia camponesa, reforma agrária e Movimento dos Trabalhadores Rurais (MST), os Assentamentos Rurais de Araraquara.Um interlocutor privilegiado nesse diálogo é, sem dúvida, Martins, J. de S., dada a sua relevância teórica. Daí por que o estudo sistemático de sua obra referente ao rural.
Relação e Conflito do Trabalho no campo mostra o novo caráter da luta de classes nesta esfera da vida social brasileira, similar a que ocorre no meio urbano-industrial. Em Dualismo, Estagnação e Dependêrncia, discute-se, à luz de determinados autores, que tratam desse tema, a relação entre agricultura e indústria no processo de desenvolvimento do capitalismo no país. Sobre Reforma Agrária e MST consiste num exame crítico da proposta de reforma agrária do referido MST, que tem como alvo redistribuição da terra e da renda, as quais, a seu ver, se acham injustamente concentradas.
Além desses textos, consta do site uma proposta de estudo, já mencionada, denominada de Uma Introdução à Sociologia, cujo objetivo é introduzir o leitor ao estudo do pensamento sociológico, desde os clássicos, passando por autores modernos e contemporâneos, cujas abordagens e conceitos são indispensáveis à montagem, caracterização e colocação em funcionamento da sociedade moderna, de cunho capitalista, que é asua temática.
Integram, ainda, o site dois textos de Marx, pouco divulgados, sobre a chamada questão agrária, denominados, respectivamente, de Capital e Moderna Propriedade da Terra e Sobre a Nacionalização da Terra, ambos poucos divulgados e de certa importância. Sobre os Movimentos Sociais, cujo propósito é desfazer certos equívocos existentes a resspeito deste conceito sociológico. Notas sobre o Partido dos Trabalhadores (PT), em que se realiza um breve exame da natureza teórica e prática deste partido político.
O Trabalho Médico no Brasil, como o próprio nome sugere, trata-se de um estudo do trabalho médico no país, com vistas a esclarecer as transformações pelas quais vem passando ao longo dos anos, especialmente nas últimas décadas, dentre as quais as que concernem à real situação de classes desse profissional de extrema relevância social e expressividade numérica em nossa sociedade.
Notas Sobre “Capitalismo e Saúde”, de Pereira, L (1976), são anotações sobre a concepção deste autor a respeito do trabalho médico, a meu ver refém do athusserianismo de Poulantzas, que o torna responsável por uma leitura improvável de Marx, que o conduz a um entendimento equivocado do trabalho dos médicos e de suas efetivas situações de classes no Brasil.
Medicina e Capitalismo, de Gonçalves, R.B.M. é também um estudo do trabalho médico, em que considera tal trabalho como improdutivo, por não produzir mecadoria autônoma. O trabalho médico é, para ele, um serviço, indissociável das pessoas. Não discutirei isso aqui, uma vez que faço isso no texto acima referido, ao qual remeto o leitor interessado. Vou direto ao ponto.
Concebe os médicos como trabalhadores intelectuais, e que possuem a mesma situação de classes, a saber: “a nova pequena burguesia, cunhada por Poulantzas, o que apaga as diferenças existentes entre eles, médicos, incorrendo, assim, num formalismo abstrato.
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